OS PLANOS INVISÍVEIS DO SER
CONHECENDO E ENTENDENDO OS
NÍVEIS DA ALMA
Os corpos do homem dividem-se
em cinco níveis, segundo a Cabala, de acordo com seu grau de pureza.
São eles, do mais grosseiro ao mais sutil:
OS CINCO CORPOS SUTIS LIGADOS AOS TATWAS
OS CINCO CORPOS SUTIS LIGADOS AOS TATWAS
1 – Nefech ou Nefesh
2 – Rouach ou Ruach
3 – Nechamá ou Neshamá
4 – Haya ou Chaiá
5 – Yehida ou Iechidá
Nefech, Rouach e Nechamá
pertencem ao plano pessoal, enquanto Haya e Yehida, ao plano transpessoal. Nefech é a
vitalidade, o sopro de vida, o nível de alma que permite a atividade
simultânea e coordenada do corpo físico, e a ele está intimamente
ligada; abandoná-lo significa a morte. Nefech corresponde, no homem,
ao Olam Ha Assiá (o mundo da Ação ou Produção que é o mundo
físico ou sensorial, a Criação no seu maior grau de materialidade,
os reinos mineral, vegetal e animal, onde o homem habita desde a
Queda) na Criação, e circula apenas neste plano físico, junto ao
corpo.
Rouach é o nível de alma
relacionado às emoções. Não está diretamente ligada ao corpo
físico, mas a Nefech. Isso lhe dá uma certa independência, e
Rouach pode abandonar o corpo, nos estados oníricos ou
contemplativos, trazendo impressões do Olam Ha Ietzirá, (o mundo da
Formação, habitado por hostes angelicais, é o mundo planetário,
onde a ideia adquire forma, composta de matéria astral, e onde a
separação já se distingue em elementos relativamente
independentes) pois Rouach corresponde ao plano da Formação ou
astral, e nele circula, mesmo que a grande maioria não tenha
consciência disso.
Nechamá, o nível sutilíssimo
da alma, é a verdadeira essência do homem. É independente do corpo
e apoia-se em Rouach, ativando-a. Nechama é responsável pelo mais
elevado grau de discernimento no homem, tanto intelectual quanto
espiritual, e circula em Olam Ha Briáh, o mundo da Criação (mundo
habitado por seres angelicais, é a ideia original da Criação, o
potencial, a semente de tudo o que existe. É o plano da Criação
preconcebida, onde tudo preexiste, e até mesmo a maior
genialidade aí se encontra,
em potencial), e desse plano das ideias pode colher grandes
revelações.
Nechamá é a Centelha Divina
no homem. Toda criatividade humana de caráter genial, seja no
terreno da ciência, da arte ou da filosofia, bem como as grandes
revelações de ordem profética, provêm dos impulsos de Nechamá
que, por sua natureza espiritual, eleva-se a altos níveis de
compreensão e proporciona ao homem uma possibilidade de sintonia e
identificação com o todo, mesmo que, na maioria dos casos,
inconscientemente.
O Zohar compara brilhantemente
a alma humana graduada em três níveis à chama de uma vela. A parte
inferior da chama está unida ao pavio, e é de coloração mais
escura. Assim como o pavio serve de apoio para a parte escura da
chama, que representa Nefech ligada ao corpo, a chama escura serve de
apoio à chama branca, que é Rouach. Assim como Rouach, que pode
circular independente do corpo físico, a chama branca e superior é
livre, e move-se em todas as direções. Acima da chama branca há
uma luminosidade, um halo de luz envolvendo toda a chama, que é como
Nechamá no homem. Enquanto a chama se eleva e ilumina ao redor, a
vela vai se consumindo, até desaparecer, e libera aquela
luminosidade. Tal é o destino de Nechamá, após a morte do corpo
físico. Ascende ao seu plano, junto àquelas que lhe são
semelhantes.
Nefech, Rouach e Nechamá
manifestam-se no homem em épocas diferentes. Nefech, na hora do
nascimento, como sopro de vida; Rouach manifesta-se como comunicação,
não a comunicação passiva de Nefech, baseada nas sensações, mas
a comunicação ativa, baseada nos sentimentos, emoções e desejos;
Nechamá identifica-se como discernimento, na fase da puberdade.
Assim:
Nefech – Sensações
Rouach – Comunicação
Nechamá – Discernimento
O cabalista, no trabalho de
unificação dos mundos, promove simultaneamente a unificação dos
três níveis de sua alma, por analogia. Haya e Yehida são os níveis
mais elevados da alma. Circulam nos planos espirituais e encerram a
essência da individualidade do homem, aquela que se preserva e se
acumula através das várias encarnações, desprezando as
características temporárias da personalidade. Estes dois níveis da
alma, Haya e Yehida, representam os níveis sublimes da cognição
intuitiva e considera-se que só estão ao alcance de alguns
indivíduos escolhidos.
Os Sete princípios do Homem,
segundo a Teosofia, são os veículos que ele possui para
manifestar-se nos diversos
planos. Em seu conjunto formam a constituição setenária do Homem.
Costuma-se usar expressões em
sânscrito para designar estes princípios, devido a estas ideias
serem inspiradas no Hinduísmo. Um princípio, para a Teosofia, é um
começo, um fundamento, uma fonte e uma essência de onde as coisas
procedem. Princípios são assim as essências fundamentais das
coisas. Estes princípios, tanto no Homem quanto na natureza, são
teosoficamente enumerados como sete. Segundo a Teosofia, o sete é o
número fundamental da manifestação, frequentemente encontrado em
diferentes cosmogonias, assim como nos dogmas de diversas religiões
e na tradição
de muitos povos antigos.
O Homem, assim como a
natureza, é chamado de “saptaparna” (planta de sete folhas),
simbolizado por um triângulo
sobre um quadrado. Nesta constituição setenária, podemos entender
o Atman como a coroa que encima a constituição humana (a ponta
superior do triângulo), fornecendo-lhe o seu espírito imortal.
Podemos dizer que a Tríade superior é a parte imortal da natureza
humana, o "espírito" e alma da terminologia Cristã,
enquanto que o Quaternário inferior é a parte mortal, o "corpo",
do Cristianismo. Segundo Blavatsky, o Absoluto emana de si raios, que
são chamados de Mônadas ou Atman. Estas Mônadas são a Essência
Imortal do Homem. O Atman, com o objetivo de individualizar-se, emana
de si um princípio mais denso chamado Budhi. Este díade Atman-Budhi
reveste-se de princípios cada vez mais densos, e em número de sete:
OS SETE CORPOS LIGADOS AOS CHAKRAS
OS SETE CORPOS LIGADOS AOS CHAKRAS
Atman -
|
Budhi -
|
Manas -
|
Kâma Rupa -
|
Prana -
|
Linga Sharira -
|
Sthula Sharira -
|
Raio do Absoluto, nossa
Essência Divina
|
Nossa Alma Divina;
|
Nossa Alma Humana, ou Mente
Divina. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios
inferiores; O corpo mental de Manas inferior
|
O corpo de desejos ou corpo
emocional, o corpo astral na literatura Teosófica
posterior a Blavatsky
|
O corpo vital;
|
O duplo etérico, o corpo
astral na Teosofia de Blavatsky;
|
O corpo físico, corpo
denso
|
AS IDEIAS DA TEOSOFIA NA VERDADE SÃO O ORIENTALISMO
Importante observar que,
embora aqui tenhamos enumerado os princípios de cima para baixo, na Teosofia, eles são
enumerados de baixo para cima, sendo Sthula Sharira o primeiro princípio e Atman o sétimo.
A tríade Atma-Budhi-Manas é a parte superior e imortal do Homem,
sendo os restantes quatro princípios chamados de “princípios
inferiores” ou “quaternário inferior”.
A constituição setenária
proposta por Blavatsky e a Teosofia é uma síntese de ideias da
filosofia oriental (Advaita Vedanta,
Samkhya) e ocidental (Platonismo, ocultismo). Todas estas correntes concordam que a constituição
humana é formada por sete princípios. Embora a ideia original de
Blavatsky tenha sofrido posteriores modificações, feitas por
esoteristas como Leadbeater, Rudolph Steiner e Alice Bailey, a
descrição dos sete princípios de Blavatsky permanece como uma
parte central no pensamento esotérico ocidental.
A constituição do Homem
segundo outras religiões e filosofias.
Na literatura rosacruciana de
Max Heindel (que foi também teósofo), fundador da Fraternidade Rosacruz, é
apresentada uma constituição sétupla do Homem. Neste caso, diz-se
que o homem é um Espírito tríplice (ou Ego formado por três
aspectos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano),
possuindo uma mente que governa, como uma reflexão invertida, o
tríplice corpo (corpo denso, corpo vital e corpo de desejos). Assim,
durante o presente “Dia de Manifestação” que elevará o homem
da impotência à onipotência (da inocência à virtuosidade), o
Espírito Divino emana de si o corpo denso extraindo como alimento a
Alma consciente; o Espírito de Vida emana de si o corpo vital,
extraindo como alimento a Alma intelectual; e o Espírito Humano
emana de si o corpo de desejos, extraindo como alimento a Alma
emocional.
Além disto, várias outras correntes
rosacruzes, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua,
preferem propor uma constituição humana formada por três
princípios: Corpo, alma e espírito. Neste esquema tríplice, o
Corpo é associado ao corpo denso; a alma é associada ao corpo
astral; e o espírito aos princípios superiores do homem. A alma se
constitui no elo que une e liga o corpo e o espírito. Um ideia
semelhante é o perispírito da doutrina espírita, elemento mais
sutil que o corpo, porém mais denso que o espírito e que o reveste.
Interessante observar que uma constituição tríplice do Homem
(corpo, alma e espírito) também é aceita pela Igreja Católica.
A Alma e os Quatro Corpos
Inferiores Os homens vivem em uma realidade física. Esta realidade
física é vivenciada em nosso dia-a-dia, pelos nossos quatro corpos,
chamados inferiores:
corpo físico;
corpo emocional;
corpo mental;
corpo espiritual.
É de fundamental importância
que estes quatro corpos estejam sintonizados uns com os outros,
equilibrados, pois se isto não
acontecer será fato gerador de desequilíbrios bioenergéticos.
Nossos corpos inferiores são chamados assim porque apresentam em sua
vibração uma frequência mais lenta, quando comparados com nossos
corpos superiores que não são utilizados em nosso plano de
existência do mundo físico. No total são sete os corpos que
possuímos, os quatro inferiores e os três superiores. Costumamos
atribuir à alma a união destes quatro corpos inferiores. Todos os
quatro corpos inferiores são de vital importância em nossa vida
física, principalmente para podermos evoluir como seres cósmicos
que somos. O corpo físico é utilizado como veiculo dos corpos
emocional, mental e espiritual, portanto se faz altamente necessário
mantê-lo cuidado e saudável.
O corpo emocional é o arquivo
de nossos sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. Sentimentos
negativos como, ódio, medo, rancor, dúvida, culpa e outros, são
extremamente prejudiciais e atrasam a evolução. Este arquivo
emocional é cumulativo, portanto, tais sentimentos negativos podem
acompanhar o homem através de várias encarnações. Os sentimentos
afetam os outros três corpos negativa ou positivamente, segundo sua
natureza.
O corpo mental é responsável
pelos nossos registros cósmicos, ou seja, o que fazemos e o que
somos fica gravado, e sempre
que quisermos, podemos utilizar estes registros. Costumamos dividir o
corpo mental em mental inferior e mental superior. Mental superior
seria o responsável pelos registros cósmicos e mental inferior,
seria a mente do dia-a-dia, abstrata. Esta mente inferior deve ser
controlada e educada para a construção e definição da
personalidade, pois é impossível ter uma mente superior equilibrada
sem antes equilibrar a mente inferior. Estes corpos são os veículos
que a nossa alma usa durante a sua jornada na Terra.
Assim, a figura inferior na
imagem corresponde ao Espírito Santo, pois a nossa alma e os quatro
corpos inferiores estão destinados a ser o templo do Espírito
Santo. O nosso corpo etérico, também chamado o corpo da memória,
contém o padrão da nossa identidade. Contém ainda a memória de
tudo que já se PASSOU com a nossa alma e de todos os impulsos que já
foram enviados pela nossa alma desde que fomos criados. O nosso corpo
mental é o veículo das nossas faculdades cognitivas. Quando está
purificado pode tornar-se o cálice da Mente de Deus. O corpo de
desejos contém os nossos desejos superiores e inferiores e registra
as nossas emoções. O nosso corpo físico é o milagre de carne e
sangue que permite à nossa alma progredir no universo material.
Reconhecendo a diferença
entre Alma e Centelha Divina A Alma não é matéria, é energia
pura. A matéria tem princípio, meio e fim. Temos a matéria densa,
sólida e a matéria sutil que são diferentes estados de matéria,
assim como os estados da água: gelo (sólido), a água (mais fluido)
e o vapor (sutil). Nossos corpos físico, astral e mental são
matéria, são finitos, eterna é a Alma.
O homem tem dois tipos de
alma: a "alma animal" (Nefesh HaBehamit), faísca de Deus
contida no sangue, a dizer, nos processos da vida
químico-fisiológica, é responsável pelos sentimentos e pela
inteligência natural do ser humano.
Está escrito na Torá: “A
força vital da carne está no sangue” (Levítico, 17:11). Como
esta “alma animal”, para atender suas necessidades materiais,
afasta o homem do plano espiritual, é chamada no Talmud, de “má
inclinação” (Yetzer HaRá). Este tipo de alma não existe somente
no homem, mas em todas as criaturas vivas.
Transmitida através do
material genético no momento da concepção, expande-se
constantemente à medida que a criatura amadurece. Consequentemente,
a inteligência das diversas espécies animais varia muito de uma
espécie a outra. O intelecto do ser humano é muito diferente do
intelecto dos animais, e sua “alma animal” é responsável por
atributos e faculdades distintos como: imaginação, memória,
inteligência e vontade.
Além desse “eu” material,
o homem possui também uma alma que é única entre todas as criações
Divinas. Ao descrever a criação de Adão, diz a Torá: “Deus
formou o homem da poeira da terra, e depois soprou em suas narinas a
alma da vida (Nishmat Chaim)”. O homem, então, tornou-se uma
criatura viva - Nefesh Chayá (Gênese, 2:7). A Torá está indicando
que a alma humana veio diretamente da Essência mais íntima de Deus.
O restante da Criação, por sua vez, foi criado por Deus através da
Palavra Divina, que é de um nível inferior, pois assim como as
ondas sonoras são geradas por uma pessoa mas não constituem a
própria pessoa, da mesma forma o restante da Criação emana do
Poder de Deus, mas não de Sua Essência. Este segundo tipo, a “alma
divina”, é uma entidade espiritual muito diferente e mais elevada
que a alma “animal”. É a “divina” que dirige a “animal”
- nosso lado material - e é através dela que a alma, como um todo,
cumpre suas funções e sua missão na terra.
Em cada momento da vida
do homem neste mundo físico, interagem o lado espiritual e o
material, um influenciando o outro. O contato e a atração mútua
entre o corpo e a alma criam uma contingência, uma situação única,
gerando a pessoa humana, que não é nem só corpo nem só alma, mas
uma fusão dos dois.
A “alma divina” é
frequentemente denominada “entidade singular” por ser única em
sua missão. Pois, apesar de todos os laços que unem cada alma
individual à sua Fonte Superior, cada uma dessas é única e
especial em sua essência, em sua capacidade e naquilo que delas se
exige. Não há duas almas que coincidam quanto aos atos, funções e
caminhos que percorrem.
Segundo o Talmud, antes de vir
para o mundo nosso saber é ilimitado. Nossa alma é repleta de sabedoria, mas ao nascer, um
anjo “arquiva” todo esse conhecimento em nosso inconsciente. E, assim, no decorrer da vida
devemos "reaprender" essa sabedoria, transformando-a em
realizações.
A Cabala ensina que o homem
criado à "imagem de Deus" é um microcosmo de Seus
poderes, e as qualidades básicas da mente e da emoção humana são
o reflexo das "Qualidades" usadas por Deus para criar e
governar Sua criação. As faculdades mentais do homem refletem o
Intelecto que Deus usou para criar o mundo e, desta forma, o homem
tem a capacidade de compreender as leis e a lógica da Criação.
A
busca do “eu verdadeiro” deve trilhar o caminho da alma, pois
esta é a verdadeira essência do homem, sua parte infinita, seu eu
inapreensível. É quem nos dá a vida, é o centro espiritual, a
parte do ser que ama, sente, percebe. É a fonte de energia
inesgotável que permite criar, verbalizar, conectar-se com os outros
em nossa volta e se manifesta através da mente, das emoções e dos
atos. O homem é composto das mesmas "forças fundamentais", da mesma
"matéria prima" através das quais Deus deu forma e
conteúdo à Sua Criação: as Dez Sefirot.
Estas se originam no Infinito do Ein Sof e emanam através dos
mundos, criando uma “corrente espiritual” que liga e vivifica
todas as coisas.
É através das Sefirot que a
Energia Divina flui, permeia e se torna parte de cada coisa vivente.
No centro de Sua Criação,
Deus colocou o homem, insuflando-lhe uma centelha Divina, que se constitui na essência de
sua vida interior. Apesar de ser o homem composto de matéria e
espírito, seu corpo é somente o invólucro material dessa faísca
Divina. Criando o homem à Sua imagem, Deus deixou-o livre para
escolher caminhos e para transcender a si mesmo, a suas contradições
internas, suas inclinações, sendo capaz de atingir as alturas e as
profundezas espirituais.
Deixou-o livre para se afastar ou se
aproximar Dele. No homem, a busca de si mesmo, de seu “eu
verdadeiro”, inicia-se com o primeiro vislumbre de consciência e
perdura até o último fôlego. Todo homem anseia imbuir sua
existência de sentido e objetivo, mas a realidade física em sua
volta, bem como seus medos e desejos, interferem em sua percepção.
Às vezes, ao acelerar o ritmo de sua vida para obter as coisas que
deseja, acaba relegando para um segundo plano a procura do eu
verdadeiro.
A Centelha Divina, a Neshamá,
é o “cordão umbilical” que transcende todos os universos e nos
liga ao Infinito, o Ein Sof, a Deus. Sendo composta da essência
interior das Sefirot, a alma humana manifesta os atributos ou
qualidades das mesmas. Portanto, pode-se dizer que a alma do homem é
o "cabo condutor" através do qual fluem e se
individualizam as Dez Sefirot, enraizadas no mundo espiritual,
tornando-se as bases de nossas personalidades.
O homem está ligado a
um sistema de mundos superiores, apesar de este sistema não lhe
estar revelado. Cada um de nós é composto por fluxos espirituais de
energia que definem nossa personalidade. Através de nossas ações e
como resposta a estas, que estabelecemos (ou não) um equilíbrio
entre o espiritual e o material nossa mente e nossas emoções, assim
como entre nós e o mundo que nos cerca. A jornada mística da busca
do “eu verdadeiro” se inicia com a conscientização deste fato
espiritual da vida.
Para a Cabala, as Sefirot não
são um sistema teológico abstrato, mas sim um mapa da consciência
humana através do qual poderão ser descobertas as dimensões do
ser, pois a totalidade espiritual e psicológica do ser humano pode
ser obtida pela meditação nas qualidades de cada Sefirá e pela
imitação dos atributos Divinos. Estas descobertas poderão levar a
uma revolução na percepção do sentido da vida. Um dos preceitos
básicos do Judaísmo é que a vida tem sentido, e a meta do homem é
se aperfeiçoar e aperfeiçoar ao mesmo tempo o mundo à sua volta.
A Cabala ensina que o homem é
a única criatura que tem como superar sua natureza interna, suas inclinações,
aperfeiçoar-se espiritualmente de forma a aproximar-se por esse meio de seu
Criador.
Deus disse a Abraão: Não faça nada! “Vai”. Segundo os sábios, este
versículo tem uma mensagem que se destina a todas as pessoas. “Vai
para dentro de ti mesmo; conhece-te e completa-te”.
Além disso, é
a alma que reflete diretamente nossa relação com Deus, pois, como
está escrito, “a chama de Deus é a alma do homem” (Provérbios,
20:27). Podemos comparar a alma à chama de uma vela. Quando acesa,
sobe, percorre o ar, mas o pavio a puxa de volta à terra. Da mesma
forma, enquanto a alma está em constante movimento ascendente, em
direção a Deus, o corpo, com suas exigências físicas, a retém
neste plano físico.
Uma pessoa íntegra e saudável é aquela em
quem alma e corpo convivem unidos, em perfeita sintonia. É aquela
que consegue atingir uma harmonia entre o seu lado material e o
espiritual, alguém que consegue levar uma vida espiritualmente
significativa e, ao mesmo tempo, produtiva.
Espírito é o que cobre
a centelha divina, é a energia mais divina que o homem e todas as
criaturas vivas carregam dentro de si. Essa centelha divina é
primária e, na verdade, imutável. É o elemento mais divino por ser
equivalente a Deus, equivalente a Todas as Fontes. A centelha divina
possui, em seu nascimento, uma certa vibração, uma certa radiação.
Mesmo assim, ao ser uma vibração, ela possui uma totalidade, uma
conexão com tudo o que existe, ou seja, com Todas as Fontes.
A centelha divina deseja ser
consciente. Essa consciência que acumulará poderá ser chamada de
"corpo"; esse corpo, essa cobertura para a centelha divina,
pode ser chamado de "espírito".
Na verdade, sendo a
cobertura da centelha divina, o espírito é uma forma de consciência
em um nível superior, que carrega consigo tudo o que direcionou a
centelha divina em sua força primária até a matéria. Para que o
espírito possa manifestar-se em um corpo, precisa de uma corrente,
de elos entre o nível mais baixo e o mais elevado.
Essa corrente é
o próximo corpo espiritual, que está muito mais relacionado ao
mundo físico e poderia ser chamado de “alma”. Essa alma nada
mais é do que uma ferramenta entre o ser humano, sua estrutura
cerebral, sua função, seus sistemas de aura, chacras e meridianos.
Ela já está em sua forma condensada quando chega ao corpo para,
eventualmente, poder ganhar a experiência na centelha divina como um
centro. Quando o espírito se manifesta, ele recebe a cobertura para
que enquanto estiver na Terra possa carregar as características do
último ser.
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