quinta-feira, 12 de novembro de 2015



OS PLANOS INVISÍVEIS DO SER



CONHECENDO E ENTENDENDO OS NÍVEIS DA ALMA



Os corpos do homem dividem-se em cinco níveis, segundo a Cabala, de acordo com seu grau de pureza. São eles, do mais grosseiro ao mais sutil:



 OS CINCO CORPOS SUTIS LIGADOS AOS TATWAS



1 – Nefech ou Nefesh

2 – Rouach ou Ruach

3 – Nechamá ou Neshamá

4 – Haya ou Chaiá

5 – Yehida ou Iechidá



Nefech, Rouach e Nechamá pertencem ao plano pessoal, enquanto Haya e Yehida, ao plano transpessoal. Nefech é a vitalidade, o sopro de vida, o nível de alma que permite a atividade simultânea e coordenada do corpo físico, e a ele está intimamente ligada; abandoná-lo significa a morte. Nefech corresponde, no homem, ao Olam Ha Assiá (o mundo da Ação ou Produção que é o mundo físico ou sensorial, a Criação no seu maior grau de materialidade, os reinos mineral, vegetal e animal, onde o homem habita desde a Queda) na Criação, e circula apenas neste plano físico, junto ao corpo.


Rouach é o nível de alma relacionado às emoções. Não está diretamente ligada ao corpo físico, mas a Nefech. Isso lhe dá uma certa independência, e Rouach pode abandonar o corpo, nos estados oníricos ou contemplativos, trazendo impressões do Olam Ha Ietzirá, (o mundo da Formação, habitado por hostes angelicais, é o mundo planetário, onde a ideia adquire forma, composta de matéria astral, e onde a separação já se distingue em elementos relativamente independentes) pois Rouach corresponde ao plano da Formação ou astral, e nele circula, mesmo que a grande maioria não tenha consciência disso.


Nechamá, o nível sutilíssimo da alma, é a verdadeira essência do homem. É independente do corpo e apoia-se em Rouach, ativando-a. Nechama é responsável pelo mais elevado grau de discernimento no homem, tanto intelectual quanto espiritual, e circula em Olam Ha Briáh, o mundo da Criação (mundo habitado por seres angelicais, é a ideia original da Criação, o potencial, a semente de tudo o que existe. É o plano da Criação preconcebida, onde tudo preexiste, e até mesmo a maior

genialidade aí se encontra, em potencial), e desse plano das ideias pode colher grandes revelações.

Nechamá é a Centelha Divina no homem. Toda criatividade humana de caráter genial, seja no terreno da ciência, da arte ou da filosofia, bem como as grandes revelações de ordem profética, provêm dos impulsos de Nechamá que, por sua natureza espiritual, eleva-se a altos níveis de compreensão e proporciona ao homem uma possibilidade de sintonia e identificação com o todo, mesmo que, na maioria dos casos, inconscientemente.

O Zohar compara brilhantemente a alma humana graduada em três níveis à chama de uma vela. A parte inferior da chama está unida ao pavio, e é de coloração mais escura. Assim como o pavio serve de apoio para a parte escura da chama, que representa Nefech ligada ao corpo, a chama escura serve de apoio à chama branca, que é Rouach. Assim como Rouach, que pode circular independente do corpo físico, a chama branca e superior é livre, e move-se em todas as direções. Acima da chama branca há uma luminosidade, um halo de luz envolvendo toda a chama, que é como Nechamá no homem. Enquanto a chama se eleva e ilumina ao redor, a vela vai se consumindo, até desaparecer, e libera aquela luminosidade. Tal é o destino de Nechamá, após a morte do corpo físico. Ascende ao seu plano, junto àquelas que lhe são semelhantes.


Nefech, Rouach e Nechamá manifestam-se no homem em épocas diferentes. Nefech, na hora do nascimento, como sopro de vida; Rouach manifesta-se como comunicação, não a comunicação passiva de Nefech, baseada nas sensações, mas a comunicação ativa, baseada nos sentimentos, emoções e desejos; Nechamá identifica-se como discernimento, na fase da puberdade. Assim:





Nefech – Sensações

Rouach – Comunicação

Nechamá – Discernimento



O cabalista, no trabalho de unificação dos mundos, promove simultaneamente a unificação dos três níveis de sua alma, por analogia. Haya e Yehida são os níveis mais elevados da alma. Circulam nos planos espirituais e encerram a essência da individualidade do homem, aquela que se preserva e se acumula através das várias encarnações, desprezando as características temporárias da personalidade. Estes dois níveis da alma, Haya e Yehida, representam os níveis sublimes da cognição intuitiva e considera-se que só estão ao alcance de alguns indivíduos escolhidos.

Os Sete princípios do Homem, segundo a Teosofia, são os veículos que ele possui para

manifestar-se nos diversos planos. Em seu conjunto formam a constituição setenária do Homem.


Costuma-se usar expressões em sânscrito para designar estes princípios, devido a estas ideias serem inspiradas no Hinduísmo. Um princípio, para a Teosofia, é um começo, um fundamento, uma fonte e uma essência de onde as coisas procedem. Princípios são assim as essências fundamentais das coisas. Estes princípios, tanto no Homem quanto na natureza, são teosoficamente enumerados como sete. Segundo a Teosofia, o sete é o número fundamental da manifestação, frequentemente encontrado em diferentes cosmogonias, assim como nos dogmas de diversas religiões e na tradição

de muitos povos antigos.


O Homem, assim como a natureza, é chamado de “saptaparna” (planta de sete folhas),

simbolizado por um triângulo sobre um quadrado. Nesta constituição setenária, podemos entender o Atman como a coroa que encima a constituição humana (a ponta superior do triângulo), fornecendo-lhe o seu espírito imortal. Podemos dizer que a Tríade superior é a parte imortal da natureza humana, o "espírito" e alma da terminologia Cristã, enquanto que o Quaternário inferior é a parte mortal, o "corpo", do Cristianismo. Segundo Blavatsky, o Absoluto emana de si raios, que são chamados de Mônadas ou Atman. Estas Mônadas são a Essência Imortal do Homem. O Atman, com o objetivo de individualizar-se, emana de si um princípio mais denso chamado Budhi. Este díade Atman-Budhi reveste-se de princípios cada vez mais densos, e em número de sete:

 OS SETE CORPOS LIGADOS AOS CHAKRAS



Atman -
Budhi -
Manas -
Kâma Rupa -
Prana -
Linga Sharira -
Sthula Sharira -
Raio do Absoluto, nossa Essência Divina
Nossa Alma Divina;
Nossa Alma Humana, ou Mente Divina. É o elo entre a Díade Atman-Budhi e nossos princípios inferiores; O corpo mental de Manas inferior
O corpo de desejos ou corpo emocional, o corpo astral na literatura Teosófica
posterior a Blavatsky
O corpo vital;
O duplo etérico, o corpo astral na Teosofia de Blavatsky;
O corpo físico, corpo denso



AS IDEIAS DA TEOSOFIA NA VERDADE SÃO O ORIENTALISMO



Importante observar que, embora aqui tenhamos enumerado os princípios de cima para baixo, na Teosofia, eles são enumerados de baixo para cima, sendo Sthula Sharira o primeiro princípio e Atman o sétimo. A tríade Atma-Budhi-Manas é a parte superior e imortal do Homem, sendo os restantes quatro princípios chamados de “princípios inferiores” ou “quaternário inferior”.



A constituição setenária proposta por Blavatsky e a Teosofia é uma síntese de ideias da filosofia oriental (Advaita Vedanta, Samkhya) e ocidental (Platonismo, ocultismo). Todas estas correntes concordam que a constituição humana é formada por sete princípios. Embora a ideia original de Blavatsky tenha sofrido posteriores modificações, feitas por esoteristas como Leadbeater, Rudolph Steiner e Alice Bailey, a descrição dos sete princípios de Blavatsky permanece como uma parte central no pensamento esotérico ocidental.



A constituição do Homem segundo outras religiões e filosofias.

Na literatura rosacruciana de Max Heindel (que foi também teósofo), fundador da Fraternidade Rosacruz, é apresentada uma constituição sétupla do Homem. Neste caso, diz-se que o homem é um Espírito tríplice (ou Ego formado por três aspectos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), possuindo uma mente que governa, como uma reflexão invertida, o tríplice corpo (corpo denso, corpo vital e corpo de desejos). Assim, durante o presente “Dia de Manifestação” que elevará o homem da impotência à onipotência (da inocência à virtuosidade), o Espírito Divino emana de si o corpo denso extraindo como alimento a Alma consciente; o Espírito de Vida emana de si o corpo vital, extraindo como alimento a Alma intelectual; e o Espírito Humano emana de si o corpo de desejos, extraindo como alimento a Alma emocional.



Além disto, várias outras correntes rosacruzes, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, preferem propor uma constituição humana formada por três princípios: Corpo, alma e espírito. Neste esquema tríplice, o Corpo é associado ao corpo denso; a alma é associada ao corpo astral; e o espírito aos princípios superiores do homem. A alma se constitui no elo que une e liga o corpo e o espírito. Um ideia semelhante é o perispírito da doutrina espírita, elemento mais sutil que o corpo, porém mais denso que o espírito e que o reveste. Interessante observar que uma constituição tríplice do Homem (corpo, alma e espírito) também é aceita pela Igreja Católica.



A Alma e os Quatro Corpos Inferiores Os homens vivem em uma realidade física. Esta realidade física é vivenciada em nosso dia-a-dia, pelos nossos quatro corpos, chamados inferiores:



corpo físico;

corpo emocional;

corpo mental;

corpo espiritual.



É de fundamental importância que estes quatro corpos estejam sintonizados uns com os outros,

equilibrados, pois se isto não acontecer será fato gerador de desequilíbrios bioenergéticos. Nossos corpos inferiores são chamados assim porque apresentam em sua vibração uma frequência mais lenta, quando comparados com nossos corpos superiores que não são utilizados em nosso plano de existência do mundo físico. No total são sete os corpos que possuímos, os quatro inferiores e os três superiores. Costumamos atribuir à alma a união destes quatro corpos inferiores. Todos os quatro corpos inferiores são de vital importância em nossa vida física, principalmente para podermos evoluir como seres cósmicos que somos. O corpo físico é utilizado como veiculo dos corpos emocional, mental e espiritual, portanto se faz altamente necessário mantê-lo cuidado e saudável. 
 

O corpo emocional é o arquivo de nossos sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. Sentimentos negativos como, ódio, medo, rancor, dúvida, culpa e outros, são extremamente prejudiciais e atrasam a evolução. Este arquivo emocional é cumulativo, portanto, tais sentimentos negativos podem acompanhar o homem através de várias encarnações. Os sentimentos afetam os outros três corpos negativa ou positivamente, segundo sua natureza.


O corpo mental é responsável pelos nossos registros cósmicos, ou seja, o que fazemos e o que

somos fica gravado, e sempre que quisermos, podemos utilizar estes registros. Costumamos dividir o corpo mental em mental inferior e mental superior. Mental superior seria o responsável pelos registros cósmicos e mental inferior, seria a mente do dia-a-dia, abstrata. Esta mente inferior deve ser controlada e educada para a construção e definição da personalidade, pois é impossível ter uma mente superior equilibrada sem antes equilibrar a mente inferior. Estes corpos são os veículos que a nossa alma usa durante a sua jornada na Terra. 
 

Assim, a figura inferior na imagem corresponde ao Espírito Santo, pois a nossa alma e os quatro corpos inferiores estão destinados a ser o templo do Espírito Santo. O nosso corpo etérico, também chamado o corpo da memória, contém o padrão da nossa identidade. Contém ainda a memória de tudo que já se PASSOU com a nossa alma e de todos os impulsos que já foram enviados pela nossa alma desde que fomos criados. O nosso corpo mental é o veículo das nossas faculdades cognitivas. Quando está purificado pode tornar-se o cálice da Mente de Deus. O corpo de desejos contém os nossos desejos superiores e inferiores e registra as nossas emoções. O nosso corpo físico é o milagre de carne e sangue que permite à nossa alma progredir no universo material.


Reconhecendo a diferença entre Alma e Centelha Divina A Alma não é matéria, é energia pura. A matéria tem princípio, meio e fim. Temos a matéria densa, sólida e a matéria sutil que são diferentes estados de matéria, assim como os estados da água: gelo (sólido), a água (mais fluido) e o vapor (sutil). Nossos corpos físico, astral e mental são matéria, são finitos, eterna é a Alma.


O homem tem dois tipos de alma: a "alma animal" (Nefesh HaBehamit), faísca de Deus contida no sangue, a dizer, nos processos da vida químico-fisiológica, é responsável pelos sentimentos e pela inteligência natural do ser humano.

Está escrito na Torá: “A força vital da carne está no sangue” (Levítico, 17:11). Como esta “alma animal”, para atender suas necessidades materiais, afasta o homem do plano espiritual, é chamada no Talmud, de “má inclinação” (Yetzer HaRá). Este tipo de alma não existe somente no homem, mas em todas as criaturas vivas.


Transmitida através do material genético no momento da concepção, expande-se constantemente à medida que a criatura amadurece. Consequentemente, a inteligência das diversas espécies animais varia muito de uma espécie a outra. O intelecto do ser humano é muito diferente do intelecto dos animais, e sua “alma animal” é responsável por atributos e faculdades distintos como: imaginação, memória, inteligência e vontade. 
 

Além desse “eu” material, o homem possui também uma alma que é única entre todas as criações Divinas. Ao descrever a criação de Adão, diz a Torá: “Deus formou o homem da poeira da terra, e depois soprou em suas narinas a alma da vida (Nishmat Chaim)”. O homem, então, tornou-se uma criatura viva - Nefesh Chayá (Gênese, 2:7). A Torá está indicando que a alma humana veio diretamente da Essência mais íntima de Deus. 

O restante da Criação, por sua vez, foi criado por Deus através da Palavra Divina, que é de um nível inferior, pois assim como as ondas sonoras são geradas por uma pessoa mas não constituem a própria pessoa, da mesma forma o restante da Criação emana do Poder de Deus, mas não de Sua Essência. Este segundo tipo, a “alma divina”, é uma entidade espiritual muito diferente e mais elevada que a alma “animal”. É a “divina” que dirige a “animal” - nosso lado material - e é através dela que a alma, como um todo, cumpre suas funções e sua missão na terra. 

Em cada momento da vida do homem neste mundo físico, interagem o lado espiritual e o material, um influenciando o outro. O contato e a atração mútua entre o corpo e a alma criam uma contingência, uma situação única, gerando a pessoa humana, que não é nem só corpo nem só alma, mas uma fusão dos dois.

A “alma divina” é frequentemente denominada “entidade singular” por ser única em sua missão. Pois, apesar de todos os laços que unem cada alma individual à sua Fonte Superior, cada uma dessas é única e especial em sua essência, em sua capacidade e naquilo que delas se exige. Não há duas almas que coincidam quanto aos atos, funções e caminhos que percorrem. 
 

Segundo o Talmud, antes de vir para o mundo nosso saber é ilimitado. Nossa alma é repleta de sabedoria, mas ao nascer, um anjo “arquiva” todo esse conhecimento em nosso inconsciente. E, assim, no decorrer da vida devemos "reaprender" essa sabedoria, transformando-a em realizações.


A Cabala ensina que o homem criado à "imagem de Deus" é um microcosmo de Seus poderes, e as qualidades básicas da mente e da emoção humana são o reflexo das "Qualidades" usadas por Deus para criar e governar Sua criação. As faculdades mentais do homem refletem o Intelecto que Deus usou para criar o mundo e, desta forma, o homem tem a capacidade de compreender as leis e a lógica da Criação. 

A busca do “eu verdadeiro” deve trilhar o caminho da alma, pois esta é a verdadeira essência do homem, sua parte infinita, seu eu inapreensível. É quem nos dá a vida, é o centro espiritual, a parte do ser que ama, sente, percebe. É a fonte de energia inesgotável que permite criar, verbalizar, conectar-se com os outros em nossa volta e se manifesta através da mente, das emoções e dos atos. O homem é composto das mesmas "forças fundamentais", da mesma "matéria prima" através das quais Deus deu forma e conteúdo à Sua Criação: as Dez Sefirot. Estas se originam no Infinito do Ein Sof e emanam através dos mundos, criando uma “corrente espiritual” que liga e vivifica todas as coisas. 
 

É através das Sefirot que a Energia Divina flui, permeia e se torna parte de cada coisa vivente.


No centro de Sua Criação, Deus colocou o homem, insuflando-lhe uma centelha Divina, que se constitui na essência de sua vida interior. Apesar de ser o homem composto de matéria e espírito, seu corpo é somente o invólucro material dessa faísca Divina. Criando o homem à Sua imagem, Deus deixou-o livre para escolher caminhos e para transcender a si mesmo, a suas contradições internas, suas inclinações, sendo capaz de atingir as alturas e as profundezas espirituais.

Deixou-o livre para se afastar ou se aproximar Dele. No homem, a busca de si mesmo, de seu “eu verdadeiro”, inicia-se com o primeiro vislumbre de consciência e perdura até o último fôlego. Todo homem anseia imbuir sua existência de sentido e objetivo, mas a realidade física em sua volta, bem como seus medos e desejos, interferem em sua percepção. Às vezes, ao acelerar o ritmo de sua vida para obter as coisas que deseja, acaba relegando para um segundo plano a procura do eu verdadeiro. 
 

A Centelha Divina, a Neshamá, é o “cordão umbilical” que transcende todos os universos e nos liga ao Infinito, o Ein Sof, a Deus. Sendo composta da essência interior das Sefirot, a alma humana manifesta os atributos ou qualidades das mesmas. Portanto, pode-se dizer que a alma do homem é o "cabo condutor" através do qual fluem e se individualizam as Dez Sefirot, enraizadas no mundo espiritual, tornando-se as bases de nossas personalidades. 

O homem está ligado a um sistema de mundos superiores, apesar de este sistema não lhe estar revelado. Cada um de nós é composto por fluxos espirituais de energia que definem nossa personalidade. Através de nossas ações e como resposta a estas, que estabelecemos (ou não) um equilíbrio entre o espiritual e o material nossa mente e nossas emoções, assim como entre nós e o mundo que nos cerca. A jornada mística da busca do “eu verdadeiro” se inicia com a conscientização deste fato espiritual da vida.


Para a Cabala, as Sefirot não são um sistema teológico abstrato, mas sim um mapa da consciência humana através do qual poderão ser descobertas as dimensões do ser, pois a totalidade espiritual e psicológica do ser humano pode ser obtida pela meditação nas qualidades de cada Sefirá e pela imitação dos atributos Divinos. Estas descobertas poderão levar a uma revolução na percepção do sentido da vida. Um dos preceitos básicos do Judaísmo é que a vida tem sentido, e a meta do homem é se aperfeiçoar e aperfeiçoar ao mesmo tempo o mundo à sua volta. 
 

A Cabala ensina que o homem é a única criatura que tem como superar sua natureza interna, suas inclinações, aperfeiçoar-se espiritualmente de forma a aproximar-se por esse meio de seu Criador. 

Deus disse a Abraão: Não faça nada! “Vai”. Segundo os sábios, este versículo tem uma mensagem que se destina a todas as pessoas. “Vai para dentro de ti mesmo; conhece-te e completa-te”. 

Além disso, é a alma que reflete diretamente nossa relação com Deus, pois, como está escrito, “a chama de Deus é a alma do homem” (Provérbios, 20:27). Podemos comparar a alma à chama de uma vela. Quando acesa, sobe, percorre o ar, mas o pavio a puxa de volta à terra. Da mesma forma, enquanto a alma está em constante movimento ascendente, em direção a Deus, o corpo, com suas exigências físicas, a retém neste plano físico.

Uma pessoa íntegra e saudável é aquela em quem alma e corpo convivem unidos, em perfeita sintonia. É aquela que consegue atingir uma harmonia entre o seu lado material e o espiritual, alguém que consegue levar uma vida espiritualmente significativa e, ao mesmo tempo, produtiva. 

Espírito é o que cobre a centelha divina, é a energia mais divina que o homem e todas as criaturas vivas carregam dentro de si. Essa centelha divina é primária e, na verdade, imutável. É o elemento mais divino por ser equivalente a Deus, equivalente a Todas as Fontes. A centelha divina possui, em seu nascimento, uma certa vibração, uma certa radiação. Mesmo assim, ao ser uma vibração, ela possui uma totalidade, uma conexão com tudo o que existe, ou seja, com Todas as Fontes.



A centelha divina deseja ser consciente. Essa consciência que acumulará poderá ser chamada de "corpo"; esse corpo, essa cobertura para a centelha divina, pode ser chamado de "espírito". 

Na verdade, sendo a cobertura da centelha divina, o espírito é uma forma de consciência em um nível superior, que carrega consigo tudo o que direcionou a centelha divina em sua força primária até a matéria. Para que o espírito possa manifestar-se em um corpo, precisa de uma corrente, de elos entre o nível mais baixo e o mais elevado. 

Essa corrente é o próximo corpo espiritual, que está muito mais relacionado ao mundo físico e poderia ser chamado de “alma”. Essa alma nada mais é do que uma ferramenta entre o ser humano, sua estrutura cerebral, sua função, seus sistemas de aura, chacras e meridianos. 

Ela já está em sua forma condensada quando chega ao corpo para, eventualmente, poder ganhar a experiência na centelha divina como um centro. Quando o espírito se manifesta, ele recebe a cobertura para que enquanto estiver na Terra possa carregar as características do último ser.